«Quero sublinhar e reafirmar a
minha proximidade a todas as vítimas do conflito desumano na Síria. É com um
sentido de urgência que renovo o meu apelo implorando, com toda a minha força,
aos responsáveis, a fim de que providenciem a um cessar-fogo imediato, que seja
imposto e respeitado pelo menos durante o tempo necessário para consentir a
evacuação dos civis, sobretudo das crianças, que ainda se encontram
encurraladas sob os cruéis bombardeamentos». No final da audiência geral de
quarta-feira, 12 de outubro, na praça de São Pedro, o Papa Francisco voltou a
falar das violências que ensanguentam o país do Médio Oriente, três dias depois
de ter anunciado o consistório durante o qual criará cardeal o arcebispo Mario
Zenari «que permanece Núncio Apostólico na amada e martirizada Síria».
Precedentemente, o Pontífice
tinha falado sobre as violências contra os cristãos, recebendo no pequeno
gabinete da Sala Paulo VI a conferência dos secretários da Christian World
Communions. «Quando os terroristas ou as potências mundiais – disse – perseguem
as minorias cristãs ou os cristãos, não se questionam: «Mas és luterano? És
ortodoxo? És católico? És reformado? És pentecostal?», não. «És cristão». Eles
reconhecem apenas um: o cristão».
Portanto, ao chegar à praça de São
Pedro, o Papa inaugurou um novo ciclo de reflexões dedicado às obras de
misericórdia corporais e espirituais, recordando que «ao longo dos séculos,
muitas pessoas simples as puseram em prática». Aliás, realçou, não é necessário
«ir à procura de sabe-se lá quais feitos a realizar. É melhor iniciar pelas
mais simples». Também porque, disse ainda, não se trata de «fazer grandes
esforços ou gestos sobre-humanos». Ao contrário, «o Senhor indica um caminho
feito de pequenos gestos que, contudo, têm aos seus olhos um grande valor», a
ponto «que, com base neles, seremos julgados». A referência é ao capítulo 25 do
Evangelho de Mateus, que constitui um dos temas fortes da pregação de
Francisco. E neste sentido, o modelo foi santa Teresa de Calcutá, «não a
recordamos pelas numerosas casas que fundou no mundo, mas – concluiu o Papa –
porque se inclinava sobre cada pessoa que encontrava no meio da estrada para
lhe restituir a dignidade».
Audiência geral
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