domingo, 31 de janeiro de 2016

A Eucaristia é escola de humilde serviço, diz o Papa em mensagem ao Congresso Eucarístico nas Filipinas

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco enviou uma videomensagem neste domingo, 31, aos participantes do 51° Congresso Eucarístico Internacional que se realiza em Cebu, nas Filipinas, onde anunciou que o próximo Congresso será realizado em Budapest, em 2020. Eis a íntegra da mensagem do Santo Padre:

“Queridos irmãos e irmãs,

Saúdo a todos vocês reunidos em Cebu para o 51° Congresso Eucarístico Internacional. Agradeço ao Cardeal Bo, que é o meu representante entre vocês e dirijo uma saudação especial ao Cardeal Vidal, Arcebispo de Palma e aos bispos, sacerdotes e fieis de Cebu. Saúdo também o Cardeal Tagle e todos os católicos das Filipinas. Estou particularmente contente que este Congresso tenha reunido tantas pessoas do vasto continente asiático e de todo o mundo.

Há apenas um ano visitei as Filipinas logo após o tufão Yolanda. Pude constatar pessoalmente a profunda fé e resiliência de seu povo. Sob a proteção do Santo Niño, o povo filipino recebeu o Evangelho de Jesus Cristo há quinhentos anos. Desde então, os filipinos deram ao mundo um exemplo de fidelidade e de profunda devoção ao Senhor e à sua Igreja. Foram também um povo de missionários, que difundiu a luz do Evangelho na Ásia e até os extremos confins da terra.

O tema do Congresso Eucarístico – “Cristo em vós, a nossa esperança de glória” – é de grande atualidade. Ele nos recorda que Jesus Ressuscitado está sempre vivo e presente na sua Igreja, sobretudo na Eucaristia, Sacramento de Seu Corpo e Sangue. A presença de Cristo em meio a nós não é somente uma consolação, mas também uma promessa e um convite. É uma promessa de que uma eterna alegria e paz serão nossas, um dia, na plenitude de seu Reino. Mas é também um convite a seguir em frente como missionários, para levar a mensagem da ternura, do perdão e da misericórdia do Pai a todos os homens, mulheres e crianças.

Como o nosso mundo tem necessidade desta mensagem! Quando pensamos nos conflitos, nas injustiças e nas urgentes crises humanitárias que marcam o nosso tempo, nos damos conta do quanto é importante para cada cristão ser um verdadeiro discípulo missionário que leva a boa nova do amor redentor de Cristo a um mundo que tem tanta necessidade de reconciliação, justiça e paz.

Assim é apropriado que este Congresso tenha sido celebrado no Ano da Misericórdia, em que toda a Igreja é convidada a concentrar-se no coração do Evangelho: a Misericórdia. Somos chamados a levar o bálsamo do amor misericordioso de Deus a toda família humana, a enfaixar as feridas, levando a esperança onde tão frequentemente parece que o desespero tem a soberania.

Enquanto vocês se preparam para “ir em frente” na conclusão deste Congesso Eucarístico, existem dois gestos de Jesus durante a Última Ceia, sobre os quais vos peço para refletir. Ambos têm a ver com a dimensão missionária da Eucaristia. São a mesa da comunhão e o lava-pés.

Sabemos como era importante para Jesus compartilhar as refeições com os seus discípulos, mas também, e sobretudo, com os pecadores e os marginalizados. Sentado à mesa, Jesus foi capaz de ouvir os outros, as suas histórias, de entender as suas esperanças e aspirações, e de falar a eles do amor do Pai. Em cada Eucaristia, na mesa da Ceia do Senhor, devemos ser inspirados a seguir o seu exemplo, estendendo a mão ao outro, com um espírito de respeito e de abertura, com o objetivo de compartilhar com eles o dom que nós mesmos recebemos.

Na Ásia, onde a Igreja está comprometida em um diálogo respeitoso com os seguidores de outras religiões, este testemunho profético ocorre frequentemente, como sabemos, através do diálogo da vida. Por meio do testemunho de vidas transformadas pelo amor de Deus, nós proclamamos melhor a promessa do Reino de reconciliação, justiça e unidade para a família humana. O nosso exemplo pode abrir os corações à graça do Espírito Santo que os conduz a Cristo Salvador.

A outra imagem que o Senhor nos oferece durante a Última Ceia é o lavar os pés. Na véspera de sua Paixão, Jesus lavou os pés de seus discípulos como sinal de humilde serviço, de amor incondicional com o qual deu a sua vida na Cruz para salvar o mundo. A Eucaristia é escola de humilde serviço. Nos ensina a prontidão em ajudar os outros. Também isto está ao coração do discipulado missionários.

Aqui eu penso no pós-tufão. Ele provocou uma imensa destruição nas Filipinas, mas também trouxe em si uma grandíssima profusão de solidariedade, generosidade e bondade. As pessoas passaram a reconstruir não somente as casas, mas as vidas. A Eucaristia nos fala desta força, que brota a partir da Cruz e leva continuamente à nova vida. Muda os corações. Ela nos permite a ter cuidado e a proteger os pobres e os vulneráveis e a sermos sensíveis ao grito de nossos irmãos e irmãs que têm necessidade. Nos ensina a agir com integridade e a rejeitar a injustiça e a corrupção que envenenam a sociedade em suas raízes.

Queridos amigos, que este Congresso Eucarístico possa  fortalecer o vosso amor por Cristo presente na Eucaristia. Que ele possa vos permitir, como discípulos missionários, levar esta grande experiência de comunhão eclesial e de impulso missionário às vossas famílias, às vossas paróquias e comunidades e às vossas Igrejas locais. Possa ser fermento de reconciliação e de paz para o mundo inteiro.

Assim, ao final do Congresso, tenho a alegria de anunciar que o próximo Congresso Eucarístico Internacional terá lugar em 2020 em Budapest, na Hungria. Peço a todos vocês para unirem-se a mim na oração pela fecundidade espiritual e pela efusão do Espírito Santo sobre todos aqueles que estarão comprometidos na sua preparação. Ao retornarem para suas casas, renovados na fé, concedo de coração a minha Bênção Apostólica a vocês e suas famílias, como penhor de constante alegria e de paz no Senhor.

Deus vos abençoe, Pai e Filho e Espírito Santo

Papa Francisco

(from Vatican Radio)

Angelus: anunciar Jesus sem exclusão e sem privilégios

Domingo, 31 de Janeiro, Angelus com o Papa Francisco na Praça de S. Pedro: na sua mensagem o Santo Padre afirmou que nenhuma condição humana pode constituir motivo de exclusão do coração do Pai, e que o único privilégio aos olhos de Deus é aquele de não ter privilégios.

O Papa Francisco começou por comentar o Evangelho deste domingo que nos leva de novo à sinagoga de Nazaré na Galileia onde Jesus cresceu em família e é conhecido por todos. A sua vida pública tinha sido já iniciada e Ele regressa em dia de sábado à sinagoga apresentando-se à comunidade.

Jesus lê a passagem do profeta Isaías que fala do futuro Messias – lembrou o Santo Padre – e Jesus declara, como nos escreve S. Lucas, que “cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir”.

“Os concidadãos de Jesus” – disse o Papa – começaram a murmurar entre eles e a dizer: ”porque é que este que pretende ser o Consagrado do Senhor, não repete aqui na sua cidade, os prodígios que se diz ter feito em Cafarnaum…?

A este propósito Jesus afirma: “Nenhum profeta é bem aceite na sua pátria” – recordou o Papa que salientou o facto de Jesus ter sido dali expulso.

“Esta passagem do Evangelho” – sublinhou o Santo Padre – “não é simplesmente a descrição de um litígio entre vizinhos”, mas coloca em destaque uma tentação do homem religioso: “considerar a religião como um investimento humano e, por consequência, colocar-se a “contratar com Deus procurando o seu próprio interesse”. E o ministério profético de Jesus é anunciar sem ser excluído e sem privilégios – afirmou o Papa Francisco:

“… anunciar que nenhuma condição humana pode constituir motivo de exclusão do coração do Pai, e que o único privilégio aos olhos de Deus é aquele de não ter privilégios, de estar abandonado nas suas mãos.”

Também “hoje”, nesta praça “cumpriu-se” a Escritura, proclamada por Jesus na sinagoga – salientou o Papa dizendo que é sempre Jesus que “faz o primeiro passo” para vir ao nosso encontro visitando-nos com a sua misericórdia para nos levantar do “nosso orgulho e nos convida a acolher a consoladora verdade do Evangelho e a caminhar nos caminhos do bem”.

Após a oração do Angelus o Papa Francisco recordou, em particular, o Dia Mundial dos Doentes de Lepra e saudou os muitos jovens e adolescentes da Ação Católica da Diocese de Roma presentes na Praça de S. Pedro com a iniciativa “Caravana pela Paz”.

Dois deles juntaram-se ao Papa na Janela do Palácio Apostólico e lerem um pequeno texto no qual sublinharam o seu empenho pela paz.

O Papa Francisco a todos desejou um bom domingo e um bom almoço.

(RS)

(from Vatican Radio)

sábado, 30 de janeiro de 2016

Papa: "Acostumar-se ao pecado sem pedir perdão nos torna corruptos"

Cidade do Vaticano (RV) – Rezemos a Deus para que a fraqueza que nos leva a pecar nunca se transforme em corrupção. A este tema, já abordado no passado, o Papa dedicou a homilia da missa da manhã desta sexta-feira (29/01), celebrada na Casa Santa Marta. Francisco narrou a história bíblica de Davi e Betsabé, sublinhando que o demônio induz os corruptos a não sentir – como os outros pecadores – a necessidade do perdão de Deus.

Pode-se pecar em muitos modos e por tudo se pode pedir sinceramente perdão a Deus e saber que sem dúvidas, o perdão será obtido. O problema nasce com os corruptos. O pior dos corruptos – reafirmou o Papa – é que “ele não precisa pedir perdão”, porque lhe é suficiente o poder no qual se sustenta a sua corrupção.

Não preciso de Deus

É o comportamento que o rei Davi assume quando se apaixona por Betsabé, esposa do oficial Uria, que está combatendo longe. O Papa ilustrou, citando alguns trechos, o episódio narrado na Bíblia. Depois de seduzir a mulher e saber que está grávida, Davi arquiteta um plano para encobrir o adultério. Manda chamar Uria e lhe propõe ir descansar em casa. Homem leal, Uria não aceita ir enquanto seus homens morrem na batalha. Então, Davi tenta de novo, levando-o à embriaguez, mas nem isso funciona:

“Isto colocou Davi em dificuldade, mas Uria disse: ‘Não, não posso...’ E escreveu uma carta, como ouvimos: “Façam Uria ser capitão, coloquem-no à frente da batalha mais difícil e depois, retirem-se, para que seja atingido e morra”. Uma condenação à morte. Este homem, fiel – fiel à lei, fiel a seu povo, fiel a seu rei – recebeu uma sentença de morte”.

A “segurança” da corrupção

“Davi é santo, mas também pecador”. Cede à luxuria mas, apesar disso, considerou Francisco, Deus “gostava tanto” dele. Mesmo assim, observa, “o grande, o nobre Davi” sente-se tão "seguro" – ‘porque o reino era forte’ – que, depois de cometer adultério, move todas as alavancas à sua disposição para ajeitar as coisas, também de um modo mentiroso, até conspirar e ordenar o assassinato de um homem leal, fazendo-o passar por um infortúnio de guerra:

“Este é um momento na vida de Davi que nos faz ver um momento pelo qual todos nós podemos passar em nossa vida: é a passagem do pecado à corrupção. Aqui Davi começa, dá o primeiro passo em direção à corrupção. Detém o poder e a força. E por isso, a corrupção é um pecado mais fácil para todos nós que temos um poder qualquer, seja poder eclesiástico, religioso, econômico, politico... Porque o diabo nos faz sentir seguros: ‘Eu posso’”.

“Pecadores sim, corrompidos jamais”

A corrupção arruinou o coração daquele “rapaz corajoso” que havia enfrentado o filisteu com uma atiradeira e cinco pedras. “Hoje gostaria de destacar somente isso”, concluiu Francisco: há “um momento em que a rotina do pecado, um momento em que a nossa situação é tão segura e somos bem vistos e temos tanto poder” que o pecado deixa “de ser pecado” e passa a ser “corrupção”. E “uma das piores coisas que há na corrupção é que o corrupto não sente necessidade de pedir perdão”:

“Façamos hoje uma oração pela Igreja, começando por nós, pelo Papa, pelos bispos, pelos sacerdotes, pelos consagrados, pelos fiéis leigos: ‘Mas, Senhor, salvai-nos, salvai-nos da corrupção. Pecadores sim, Senhor, somos todos, mas corrompidos, jamais’. Peçamos esta graça”. (CM/RB)

(from Vatican Radio)

Agenda do Papa Francisco no mês de fevereiro

O mês de Fevereiro apresenta uma agenda bem preenchida de compromissos para o Papa Francisco. Em destaque a Visita ao México de 12 a 18, naquela que será a sua 12ª Viagem Apostólica. No dia 5 de Fevereiro está prevista uma apresentação pormenorizada dessa mesma viagem. Para já publicamos as outras atividades em destaque neste mês:

No dia 1 o Papa Francisco terá um encontro com todos os consagrados presentes em Roma para a conclusão do Ano da Vida Consagrada. Neste mesmo âmbito, no dia seguinte, dia 2, preside a uma missa na Basílica de S. Pedro, celebrando assim o Jubileu da Vida Consagrada.

Quarta-feira, dia 3, será a habitual audiência geral na Praça S. Pedro.

Sábado, dia 6, celebra-se o Jubileu dos grupos de oração de Padre Pio e da Casa de Alívio do Sofrimento em Itália. O Santo Padre presidirá ao encontro,.

Domingo, dia 7, a oração do Angelus com o Papa Francisco na Praça de S. Pedro.

Para os dias 8 e 9, estão agendadas reuniões do Conselho de Cardeais. O C9 reúne-se pela 13ª vez.

Quarta-feira de Cinzas, dia 10, pela manhã, está confirmada a audiência geral, na Praça S. Pedro; e à tarde, o Papa Francisco preside à missa, benção e imposição das Cinzas e também ao solene envio dos Missionários da Misericórdia, na Basílica Vaticana.

No dia 11 quinta-feira serão recebidos os párocos de Roma como tradicionalmente todos os anos.

Finalmente, na segunda, dia 22 de fevereiro, na Solenidade da Cátedra de S. Pedro, o Papa fará uma catequese para os seus colaboradores, no âmbito do Jubileu da Cúria Romana e de todas as instituições ligadas à Santa Sé. Haverá também uma missa, na parte da manhã, na Basílica Vaticana.

(RS)

(from Vatican Radio)

Papa: rezar pelos defuntos e consolar os aflitos

Nas saudações em italiano nesta audiência jubilar o Papa Francisco pediu aos fiéis para rezarem pelos defuntos e para consolarem os aflitos. Em particular invocou a memória de uma funcionária da Casa Santa Marta, que é a residência do Papa, e que faleceu nesta sexta-feira dia 29:

“Quero dizer-vos que o Papa está um pouco triste porque ontem faleceu uma senhora que nos ajuda tanto, há anos, e também o seu marido aqui trabalha connosco nesta casa. Depois de uma longa doença, o Senhor chamou-a para si. Chama-se Elvira. Eu convido-vos a fazer duas obras de misericórdia, rezar pelos defuntos e consolar os aflitos.”

O Santo Padre pediu aos fieis para com ele rezarem uma Avé-Maria.

(RS)

(from Vatican Radio)

Renovar a fé e redescobrir as obras de Misericórdia - Papa à Doutrina da Fé

O Papa centrou o discurso que lhes dirigiu no Ano Santo da Misericórdia, exprimindo o desejo de que seja uma ocasião para “todos os membros da Igreja renovarem a sua fé em Jesus Cristo que é o rosto da misericórdia do Pai, a via que une Deus e o homem”.

O Papa exprimiu igualmente o desejo de que “pastores e fiéis” redescubram ao longo deste Ano Santo “As obras de misericórdia corporais e espirituais” pois, quando no fim da vida terrena de cada um de nós nos será perguntado não apenas se demos de comer e beber a quem tinha sede e fome, mas também  se ajudamos as pessoas a “sair da dúvida” , se acolhemos os pecadores, admoestando-os e corrigindo-os e se fomos capazes de combater a ignorância, sobretudo relativamente à fé cristã e a uma vida correcta.

Francisco continuou dizendo que “na fé e na caridade se dá uma relação cognitiva e unificante com o mistério do Amor, que é o próprio Deus”. Deus que, embora permanecendo um mistério, tornou efectiva e afectiva a sua misericórdia, através de Jesus feito homem para a nossa salvação. E é nisto  - disse o Papa - que está a razão de ser da Congregação para a Doutrina da fé:

“Com efeito, a fé cristã não é apenas conhecimento a ser conservado na memória, mas verdade a ser vivida no amor. Por isso, juntamente com a doutrina da fé, é necessário conservar também a integridade dos costumes, de modo particular nos âmbitos mais delicados da vida. A adesão da fé à pessoa de Cristo implica tanto o acto da razão como a resposta moral ao seu dom. A este respeito, agradeço-vos por todo o empenho e a responsabilidade que exercitais ao tratar os casos de abuso de menores da parte de clérigos”.

O Papa chamou mais uma vez a atenção para a delicadeza que a tarefa de proteger a integridade da fé comporta, dizendo que isto requer um “empenho colegial”. Nesta linha agradeceu os Consultores e Comissário que colaboram com o Dicastério para Doutrina da Fé, encorajando-o a continuar e a intensificar  estas colaborações e a promover a nível eclesial  “a justa sinodalidade”. A este respeito citou como positiva a reunião realizada no ano passado com as Comissões doutrinais das Conferências Episcopais europeias, frisando que sem “uma abertura à dimensão transcendental da vida (…)  a Europa corre o risco de perder aquele espírito humanístico que, no entanto, ama e defende”.

Para o Papa Francisco, renovação da vida eclesial significa estudar a “complementaridade entre os dons hierárquicos e carismáticos” , dons que “são chamados a colaborar em sinergia para o bem da Igreja e do mundo”:

“O testemunho desta complementaridade é hoje, mais do que nunca, urgente e representa uma expressão eloquente daquela ordenada pluriformidade que caracteriza o tecido eclesial, reflexo da harmoniosa comunhão que vive no coração do Deus Uno e Trino”.

A relação entre estes dons – hierárquicos e carismáticos – remete para “a sua raiz trinitária na ligação entre Logos divino incarnado e o Espírito Santo que é sempre dom do Pai e do Filho”, raiz que, se reconhecida e aceite com humildade, permite à Igreja renovar-se em todos os tempos.

“Unidade e Pluriformidade são os sigilos de uma Igreja que, movida pelo Espírito, sabe caminhar, com passos seguros e fieis em direcção à meta que o Senhor Ressuscitado lhe indica ao longo da História.”

E o Papa concluiu enaltecendo mais uma vez a dinâmica sinodal que – disse - “se entendida correctamente” nasce da comunhão e conduz à comunhão”.

(DA)

Misericórdia e missão estão intimamente ligadas, diz o Papa na Audiência Jubilar

Cidade do Vaticano (RV) – Teve início, na manhã deste sábado (30/01), na Praça São Pedro, no Vaticano, a nova série de audiências jubilares, que o Santo Padre concederá aos peregrinos e fiéis, um sábado por mês, durante o Ano Santo da Misericórdia.



Em sua catequese de hoje, Francisco disse que “entramos cada vez mais no vivo da celebração do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia:

“Com a sua graça, o Senhor guia os nossos passos enquanto atravessamos a Porta Santa e nos vem ao encontro para permanecer sempre conosco, apesar das nossas faltas e contradições. Não nos cansemos, jamais, de sentir necessidade do seu perdão, porque, quando nos sentimos fracos, a sua presença nos torna fortes e nos permite viver a nossa fé com maior alegria”.

Assim, o Santo Padre indicou aos fiéis, presentes na Praça São Pedro, a íntima ligação existente entre a misericórdia e a missão. De fato, como cristãos temos a responsabilidade de ser missionários do Evangelho:

“Quando recebemos uma bela notícia ou quando vivemos uma bela experiência, sentimos a exigência natural de transmiti-la também aos outros. Sentimos que não podemos guardar a alegria que recebemos, só para nós e, assim, a comunicamos aos demais, por ser tão grande!”.

A mesma coisa deveria ser, - explicou o Papa – quando encontramos o Senhor. O sinal concreto de tê-lo encontrado é a alegria de comunicá-lo aos irmãos. Ao lermos o Evangelho, vemos que é esta a experiência dos primeiros discípulos, depois do primeiro encontro com Jesus:

“Encontrar Jesus equivale a encontrar-se com o seu amor; um amor que nos transforma e nos torna capazes de transmitir aos outros a força que nos dá. Assim sendo, poderíamos dizer que, no Batismo, recebemos outro nome, além daquele que nossos pais nos dão. O novo nome é ‘Cristóforo’, que significa ‘portador de Cristo'. Todo cristão deve ser portador de Cristo.Todos somos 'Cristóforo'!”.


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Enfim, Francisco recordou que “a misericórdia que recebemos do Pai, não nos é dada como consolação pessoal, mas nos torna instrumentos, para que os outros possam receber o mesmo dom”. Há uma maravilhosa interligação entre misericórdia e missão. A misericórdia nos torna missionários da própria misericórdia. Ser missionários nos permite crescer sempre na misericórdia de Deus.

Por fim, o Papa exortou os peregrinos, presentes nesta primeira audiência jubilar. a levar a sério a nossa vida cristã e a esforçar-nos para viver como fiéis, porque somente o Evangelho pode tocar o coração das pessoas e abri-lo à graça do amor.

Depois da sua catequese, nesta primeira audiência jubilar, o Santo Padre passou a cumprimentar os diversos grupos de peregrinos presentes, em suas respectivas línguas. Eis a saudação que dirigiu aos fiéis de língua portuguesa:

“De coração, saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa. Sejam bem-vindos! Neste Ano Santo da Misericórdia, somos chamados a reconhecer que necessitamos do perdão que Deus nos oferece gratuitamente, pois quando somos humildes, o Senhor nos torna mais fortes e alegres na nossa fé cristã. Desça, generosa, pela intercessão da Virgem Maria, a Bênção de Deus sobre cada um de vocês e suas famílias”.

No final da audiência, na Praça São Pedro, falando espontaneamente em italiano, Francisco disse: “Alguém, entre vocês, certamente, se perguntou ‘como é a casa do Papa, onde ele mora’. E respondeu: “O Papa mora ali atrás, na Casa Santa Marta. É uma casa grande, onde moram também uns quarenta sacerdotes e alguns Bispos, que trabalham na Cúria Romana; mas há ainda alguns hóspedes de passagem, como Cardeais, Bispos e leigos, que vêm para encontros dos diversos organismos vaticanos.

Além destas pessoas, - disse ainda Francisco, - há um grupo de homens e mulheres, que se dedicam aos trabalhos domésticos. Eles formam uma família, aliás, fazem parte da nossa família. Neste sentido, o Papa acrescentou: “Queria dizer que estou um pouco triste, porque, ontem, faleceu uma senhora que nos ajudava muito, há anos! Seu marido também trabalha conosco”.

“Depois de uma longa enfermidade, - concluiu o Santo Padre, - o Senhor a chamou para a Casa do Pai. Ela se chama Elvira. Por isso, hoje, convido-lhes a fazer duas obras de misericórdia: rezar pelos defuntos e consolar os aflitos. Agora, vamos rezar então uma Ave Maria pela paz e a alegria eterna de dona Elvira, para que o Senhor console seu esposo e seus filhos. (MT)

(from Vatican Radio)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Missa em Santa Marta - Sem medida

2016-01-28 L’Osservatore Romano
O tema do testemunho, entendido como elemento fundante da vida do cristão, esteve no centro da reflexão do Papa Francisco durante a missa celebrada em Santa Marta na manhã de 28 de Janeiro. Mas o que deve caracterizar este testemunho? O Pontífice tirou a resposta directamente do Evangelho do dia, retomando o trecho de Marcos (4, 21-25), imediatamente sucessivo à «parábola da semente». Depois de ter falado «da semente que consegue dar fruto» e daquela que, ao contrário, caindo «na terra não boa não pode dar fruto», Jesus «fala-nos da lâmpada» que não é posta debaixo do alqueire, mas no candeeiro. Ela — explicou — «é luz e o Evangelho de João diz-nos que o mistério de Deus é luz e que a luz veio ao mundo e as trevas não a acolheram». Uma luz, acrescentou, que não pode ser escondida, mas serve «para iluminar».



Portanto, eis «uma das características do cristão, que recebeu a luz no baptismo e deve transmiti-la». O cristão, disse o Papa, «é uma testemunha». E precisamente a palavra «testemunho» encerra em si «uma das peculiaridades das atitudes cristãs». Com efeito: «um cristão que tem esta luz, deve mostrá-la porque ele é uma testemunha». E se um cristão «preferir não mostrar a luz de Deus, mas as próprias trevas», então «falta-lhe algo, e não é um cristão completo». Uma parte dele está ocupada, as trevas «entram no seu coração, porque tem medo da luz» e ele prefere «os ídolos». Mas o cristão «é uma testemunha», testemunha «de Jesus Cristo, luz de Deus. E deve pôr aquela luz no candeeiro da sua vida».

No trecho evangélico proposto pela liturgia fala-se também «da medida» e lê-se: «Com a medida com que medis sereis medidos; aliás, recebereis ainda mais». É esta, disse o Papa Francisco, «a outra peculiaridade, a outra atitude» típica do cristão. Com efeito, faz-se referência à magnanimidade: «outra característica do cristão é a magnanimidade, porque é filho de um Pai magnânimo, com um grande coração».

Inclusive quando diz: «Dai e ser-vos-á dado», a medida da qual Jesus fala, explicou o Papa, é «completa, boa, transbordante». Do mesmo modo, «o coração cristão é magnânimo. Permanece sempre aberto». Portanto, não é «um coração que se fecha no próprio egoísmo». Não é um coração que se põe limites, que «conta: até aqui, até ali». E acrescentou: «Quando entrares nesta luz de Jesus, quando entrares na amizade de Jesus, quando te deixares guiar pelo Espírito Santo, o coração tornar-se-á aberto, magnânimo». Neste ponto surge uma dinâmica particular: o cristão «não ganha: perde». Mas na realidade, concluiu o Pontífice, «perde para ganhar outra coisa, e com esta “derrota” de interesses, ganha Jesus, ganha tornando-se testemunha de Jesus».

Portanto, para entrar no concreto da sua reflexão, o Papa dirigiu-se a um grupo de sacerdotes que celebravam o jubileu de ouro da sua ordenação: «cinquenta anos no caminho da luz e do testemunho» e «procurando ser melhores, procurando pôr a luz no candeeiro»; uma luz que, é a experiência de todos, às «vezes cai», mas é sempre bom procurar voltar a propor «generosamente, ou seja, com o coração magnânimo». E, ao agradecer aos sacerdotes aquilo que fizeram «na Igreja, pela Igreja e por Jesus», e desejando-lhes a «grande alegria de ter semeado bem, de ter iluminado bem e de ter aberto os braços para receber todos com magnanimidade», o Papa disse-lhes também: «Somente Deus e a vossa memória sabem quantas pessoas recebestes com magnanimidade, com bondade de pais, de irmãos» e «a quantas pessoas que tinham o coração um pouco obscuro destes luz, a luz de Jesus». Porque, concluiu resumindo o seu raciocínio, «na memória de um povo» permanecem «a semente, a luz do testemunho e a magnanimidade do amor acolhedor».

Papa recebe Leonardo DiCaprio: Laudato si em pauta

Cidade do Vaticano (RV) – O ator e ambientalista estadunidense Leonardo DiCaprio foi recebido pelo Papa na manhã desta quinta-feira (28/01).

DiCaprio, que concorrerá novamente ao Oscar de melhor ator por sua atuação em The Revenant, também é reconhecido por suas ações em defesa do meio ambiente.

Foi propriamente o reconhecido engajamento no campo da proteção ambiental que o levou a querer encontrar o Papa Francisco, no qual ele reconhece uma autoridade em matéria, em particular com a publicação da Carta encíclica Laudato si sobre o cuidado da casa comum.

No final do ano passado, o ator discursou na Assembleia da ONU sobre as mudanças climáticas, em Paris. Recentemente, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, anunciou que, por meio de sua fundação, doou 15 milhões de dólares para projetos ambientais e petições junto à lideranças econômicas para que combatam o aquecimento global.

DiCaprio também fez uma doação para as obras de caridade do Pontífice.

O Papa presenteou DiCaprio com uma cópia da Encíclica Laudato Si e da Exortação Evangelii Gaudium.

(RB)

(from Vatican Radio)

Dia Mundial do Enfermo: fazer do sofrimento um bem

2016-01-28 Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano (RV) - “Confiar em Jesus misericordioso, como Maria: Fazei o que Ele vos disser” é o tema da Mensagem do Papa para o Dia Mundial do Enfermo, que será celebrado de forma solene – como se dá a cada três anos – desta vez em Nazaré, na Terra Santa, em 11 de fevereiro próximo.

O evento foi apresentado esta quinta-feira (28/01) na Sala de Imprensa da Santa Sé pelo presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, Dom Zygmunt Zimowski, com a participação de Mons. Jean-Marie Musivi Mupendawatu e Pe. Augusto Chendi, membros do dicastério vaticano, e do secretário geral da Assembleia dos Ordinários Católicos da Terra Santa, Pe. Pietro Felet.

Este Dia Mundial do Enfermo se inscreve muito bem no Jubileu extraordinário da Misericórdia, explica o Papa em sua referida Mensagem. Daí, ter sido escolhida Nazaré, na Galileia, onde Jesus fez o primeiro milagre por intercessão da Mãe e também realizou muitas curas, sinal da proximidade aos doentes e aos que sofrem.

“A grave enfermidade coloca sempre a existência humana em crise e traz consigo interrogações que escavam sempre em profundidade”, escreve Francisco. Se a fé em Deus é colocada à prova, ao mesmo tempo revela toda a sua potência positiva. Aí o Dia Mundial do Enfermo encontra a sua razão de ser, ressaltou o Arcebispo Zimowski:

“Fazer o bem a quem sofre e fazer do próprio sofrimento um bem, ou seja, sensibilizar os doentes, para oferecer seus sofrimentos em favor dos outros, em favor da Igreja.”

“Por vezes, o fato de não poder curar, de não poder ajudar como Jesus, nos intimida, observou o prelado:

“Busquemos superar este embaraço. O importante é caminhar ao lado do homem que sofre. Talvez, mais do que da cura, ele precise da nossa presença, do homem, do coração humano repleto de misericórdia e da solidariedade humana.”

Todas as “Instituições que servem à saúde humana são chamadas em causa”:

“Portanto, é preciso a todo custo apoiar a bonita tradição: a obra do médico e do enfermeiro é vista não somente como uma profissão, mas também, e talvez por primeiro, como um serviço, uma vocação. O cuidado para com os menores e os anciãos, o cuidado para com os doentes mentais constituem, mais do que em qualquer outro âmbito da vida social, a medida da cultura da sociedade e do Estado.”

Por sua vez, Pe. Chendi recordou a graça concedida pelo Papa Francisco da indulgência plenária e parcial para quem, segundo diferentes modalidades, de 7 a 13 de fevereiro, participar das intenções do dia Mundial do Enfermo.

São muitos os eventos programados para durante aqueles dias na Terra Santa, não somente em Nazaré, mas também em Belém e Ramallah, para ir ao encontro das exigências dos peregrinos e dos fiéis residentes, alguns dos quais impedidos de ir e vir por parte autoridades, explicou Pe. Felet. (RL)

(from Vatican Radio)

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Obama carrega no bolso presente dado pelo Papa

Obama carrega no bolso presente dado pelo Papa

Cidade do Vaticano (RV) - O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que é um grande admirador do Papa Francisco. Numa entrevista concedida a Ingrid Nilsen, uma personalidade no YouTube, ele revelou que carrega no bolso o terço dado pelo Santo Padre em sua viagem aos Estados Unidos, em setembro do ano passado.

Segundo Obama, ele às vezes carrega consigo objetos que possuem um significado especial e também para "não se esquecer das pessoas que conheceu ao longo do caminho". Na gravação, o presidente norte-americano aproveitou para mostrar o presente entregue pelo Papa Francisco.

“Eu admiro muito o Papa Francisco – afirmou o presidente – e esse terço me faz pensar sobre a paz e a promoção da compreensão e do comportamento ético.” (PS)

O momento em que Obama mostra o terço por ser visto a partir do minuto 13. A entrevista está em inglês.

(from Vatican Radio)

Do santo Ofício à Congregação para a doutrina da fé

«Os Pastores da Igreja, que têm a missão de anunciar a palavra da salvação recebida na Revelação divina, têm o dever de conservar íntegro o depósito da fé a eles confiado por Cristo. Para cumprir melhor esta tarefa, no curso da plurissecular história da Igreja os Sumos Pontífices serviram-se de diversos instrumentos segundo a necessidade que se apresentava». Desta premissa, expressa no prefácio pelo cardeal Gerhard Müller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, inicia a reflexão contida em Per promuovere e custodire la fede. Dal Sant'Uffizio alla Congregazione per la Dottrina della Fede (Cidade do Vaticano, Libreria Editrice Vaticana, 2015, 63 páginas). O estudo propõe-se percorrer a história das instituições que tiveram «a tarefa de vigiar a fim de que a profissão da recta fé seja a guia de toda a actividade da Igreja». O ponto de partida é a primeira metade do século XIII quando, sob o pontificado de Gregório IX, teve origem a inquisição medieval, «nascida com a finalidade principal de reprimir todas as formas de heresia». Desde aquela época «a repressão anti-herética, anteriormente confiada aos Ordinários diocesanos, foi exercida também directamente pela Santa Sé através da nomeação de legados especiais e, em seguida, de membros de ordens religiosas, em particular dominicanos e franciscanos». 

Papa: ser cristão é ser testemunha de Jesus Cristo

Cidade do Vaticano (RV) – O coração do cristão é magnânimo porque abre os braços para acolher todos com generosidade: foi o que disse o Papa na Missa matutina celebrada na Casa Santa Marta, no dia em que a Igreja celebra a memória de Santo Tomás de Aquino (28/01). Concelebraram com Francisco alguns sacerdotes que festejaram 50 anos de ordenação:

“O mistério de Deus é luz” – afirmou o Pontífice –, que comentou o Evangelho do dia, em que Jesus diz que a luz não vem “para ser colocada debaixo de um caixote ou debaixo da cama, mas para ser colocada num candeeiro, para iluminar”:

Partilha

“E esta é uma das características do cristão, que recebe a luz no Batismo e deve doá-la. Isto é, o cristão é uma testemunha. Testemunho. Uma das peculiaridades das atitudes cristãs. Um cristão que carrega esta luz deve mostrá-la, porque ele é uma testemunha. Quando um cristão prefere não mostrar a luz de Deus, mas prefere as próprias trevas, estas entram em seu coração porque tem medo da luz e os ídolos, que são trevas, são mais apreciados, então falta algo: lhe falta algo e não é um verdadeiro cristão. O testemunho: um cristão é uma testemunha. De Jesus Cristo, Luz de Deus. E deve colocar esta luz no candeeiro da sua vida”.

No Evangelho, Jesus diz: “Com a mesma medida com que medirdes, também vós sereis medidos; e vos será dado ainda mais”. “Outra característica do cristão – comentou o Papa - é a magnanimidade, porque é filho de um pai magnânimo, de alma grande”:

Coração aberto

“O coração cristão é magnânimo. Está sempre aberto. Não é um coração que se fecha no próprio egoísmo ou pelo menos se mede até aqui, até lá. Quando você entra nesta luz de Jesus, entra em amizade com Jesus e se deixa guiar pelo Espírito Santo, o coração se torna aberto, magnânimo... O cristão, naquele ponto, não ganha: perde, mas perde para ganhar outra coisa, e com essa derrota de interesses, ganha Jesus, ganha se tornando testemunha de Jesus”.

O Papa Francisco se dirigiu, então, aos sacerdotes presentes na missa que celebravam 50 anos de ordenação:

“Para mim é uma alegria celebrar hoje com vocês que completam 50 anos de sacerdócio: 50 anos no caminho da luz e do testemunho, 50 anos buscando ser melhores, buscando levar a vela ao candelabro. Às vezes ela cai, mas vamos novamente, sempre com o desejo de oferecer luz generosamente, ou seja, com o coração magnânimo. Somente Deus e vocês sabem quanta gente vocês receberam com magnanimidade, com a bondade de pais, de irmãos. A muitas pessoas que tinham o coração um pouco escuro vocês ofereceram a luz, a luz de Jesus. Obrigado. Obrigado pelo que vocês fizeram na Igreja, pela Igreja e por Jesus.”

“Que o Senhor lhes dê a alegria, esta grande alegria de ter semeado bem, de ter iluminado bem e aberto os braços para receber todos com magnanimidade”, concluiu o Papa Francisco. (BF/MJ)

(from Vatican Radio)

O Papa fala de paz e segurança com o Presidente do Togo

O Papa Francisco recebeu nesta quinta-feira (28/01) em audiência o Presidente da República do Togo, Faure Essozimna Gnassingbé que, em seguida, teve encontro com o Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado, acompanhado por D. Paul Richard Gallagher, secretário para as Relações com os Estados.

"Durante as cordiais conversações – segundo informa a Sala de Imprensa do Vaticano – tomou-se conhecimento das boas relações existentes entre a Santa Sé e o Togo, e das perspectivas para uma sua ulterior consolidação. Foi, em seguida, tomada em consideração a contribuição dos católicos para o desenvolvimento do País e o progresso integral do povo togolês, particularmente na educação. Mais tarde na conversa foram revistos alguns desafios que afectam os Países da África Ocidental e a África Subsaariana, salientando-se a necessidade de um empenho comum em favor da segurança e da paz na região”. (BS)

(from Vatican Radio)

Consagradas articulam em Roma combate ao tráfico humano

Cidade do Vaticano (RV) – Está em andamento em Roma o II Encontro de coordenação da Rede internacional da vida consagrada contra o tráfico de seres humanos, Talitha Kum.

Do Brasil, participa a coordenadora da Rede Um Grito pela Vida, Ir. Eurides Alves de Oliveira, que concedeu uma entrevista à Rádio Vaticano.



Ir. Eurides lamenta a falta de estatísticas em relação ao fenômeno, que tem se diversificado no Brasil. Segundo a religiosa, a exploração para fins sexuais ainda é uma realidade, assim como o trabalho doméstico de meninas indígenas. Ir. Eurides fala ainda das iniciativas da Rede em 2016, também em vista das Olimpíadas no Rio de Janeiro.

Papa recebe Presidente do Togo: consolidação das relações bialterais

Cidade do Vaticano (RV) - O Santo Padre iniciou suas atividades desta quinta-feira (28/01) recebendo em audiência, no Vaticano, o Presidente da República do Togo – oeste da África –, Faure Essozimna Gnassingbé, o qual sucessivamente entrevistou-se com o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, acompanhado do Secretário das Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher.

Durante os cordiais colóquios – informa um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé – foram ressaltadas as boas relações existentes entre a Santa Sé e o Togo, e as perspectivas de uma ulterior consolidação das mesmas.

Em seguida, se detiveram sobre a contribuição dos católicos para o desenvolvimento do país e para o progresso integral do povo togolês, em particular no campo educacional.

Foram passados em resenha alguns desafios que dizem respeito aos países da África ocidental e subsaariana, ressaltando a necessidade de um compromisso comum em favor da segurança e da paz na região. (RL)

(from Vatican Radio)

A força da religiosidade popular em debate no Congresso Eucarístico

Cebu (RV) – Está em andamento em Cebu, nas Filipinas, o  Congresso Eucarístico Internacional. O enviado da Rádio Vaticano, Sean Lovett, entrevistou o Padre Eugenio Barbosa Martins, Superior-Geral da Congregação do Santíssimo Sacramento.

O sacerdote sacramentino fala, inicialmente, de sua experiência no Congresso de Cebu:

Uma das palestras que impressionou Pe. Eugenio foi sobre a religiosidade popular. O Superior-Geral dos sacramentinos defende que esta religiosidade pode ser uma grande transformação da sociedade se bem orientada para que se torne mais evangélica e mais eucarística, evitando manipulações:

Papa: combater as várias expressões da cultura do descarte nas ciências

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa recebeu em audiência nesta quinta-feira (28/01), na Sala do Consistório, no Vaticano, o Comitê Nacional de Bioética instituído na Itália há mais de 25 anos. Francisco pediu "atenção particular aos vulneráveis e desfavorecidos" e que "embriões humanos não sejam tradados como material descartável". 

“Todos sabem que a Igreja é sensível aos temas éticos, mas talvez nem todos saibam que a Igreja não reivindica nenhum espaço privilegiado neste campo, aliás, fica satisfeita quando a consciência civil é capaz de refletir, discernir e trabalhar com base na racionalidade livre e aberta e nos valores constitutivos da pessoa e da sociedade. Esta maturidade civil responsável é o sinal de que a semeadura do Evangelho, revelada e confiada à Igreja, deu fruto, conseguindo promover a busca da verdade, do bem e do belo nas complexas questões humanas e éticas.”

Segundo Francisco, “trata-se de servir o ser humano, todos os homens e mulheres, com atenção particular aos vulneráveis e desfavorecidos. Neste campo, as comunidades eclesial e civil se encontram e são chamadas a colaborar, segundo suas respectivas competências distintas.”

Novas tecnologias

“A bioética nasceu para confrontar, com esforço crítico, as razões e condições da dignidade da pessoa humana com os avanços das ciências e tecnologias biológicas e médicas que, em seu ritmo acelerado, correm o risco de perder toda referência que não seja o da utilidade e lucro.”

“Vocês são conscientes de que tal pesquisa sobre os problemas complexos de bioética não é fácil e nem sempre alcança rapidamente uma conclusão harmoniosa. O testemunho da verdade contribui para o amadurecimento da consciência civil”, frisou o Papa.

Gerações futuras

O Santo Padre encorajou o trabalho da comissão em alguns âmbitos, como no campo da análise interdisciplinar das causas de degradação ambiental. O Papa desejou que a comissão possa formular diretrizes nos campos que dizem respeito às ciências biológicas a fim de estimular ações de conservação, preservação e cuidado do ambiente. “Neste âmbito, é oportuno um confronto entre as teorias biocêntricas e antropocêntricas com a busca de percursos que reconhecem a centralidade correta do homem no respeito dos outros seres vivos e de todo o ambiente a fim de  ajudar a definir as condições irrenunciáveis para a proteção das gerações futuras”, destacou.

Cultura do Descarte

Diante da marginalização das pessoas vulneráveis, numa sociedade inclinada à competição e aceleração do progresso, Francisco convidou a “combater a cultura do descarte que tem várias expressões, dentre as quais o tratar os embriões humanos como material descartável e também as pessoas doentes e idosas, que se aproximam da morte”.

O Papa convidou a um “maior esforço rumo a um confronto internacional em vista da harmonização dos padrões e regras das atividades biológicas e médicas, regras que saibam reconhecer os valores e os direitos fundamentais”. (MJ)

(from Vatican Radio)

Sala de Imprensa confirma viagem do Papa à Suécia

Cidade do Vaticano (RV) – Francisco viajará à Suécia em outubro. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (25/01) pelo Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi.

“O Papa irá a Lund, na Suécia, em 31 de outubro, onde participará de uma cerimônia conjunta entre a Igreja católica e a Federação Luterana mundial em virtude dos 500 anos da Reforma”, diz o comunicado.

Em uma nota, a Federação Luterana explica que o Papa Francisco, o Bispo Munib A. Younan e o Reverendo Martin Junge, Presidente e Secretário Geral da Federação, respectivamente, presidirão juntos à celebração ecumênica.

“A celebração vai dar destaque aos sólidos progressos ecumênicos entre católicos e luteranos e às conquistas recíprocas frutos do diálogo e será norteada pelo guia litúrgico católico-luterano ‘Oração Comum’, recentemente publicado”, escreve ainda a Federação Luterana, cuja sede está justamente na cidade de Lund.

Um Pontífice volta à Escandinávia

Será a primeira visita de um Pontífice ao país após a peregrinação de São João Paulo II à Escandinávia, no Verão de 1989.

Durante nove dias, entre 1º e 10 de junho de 1989, João Paulo II visitou Noruega, Islândia, Finlândia, Dinamarca e Suécia, com um total de 38 discursos pronunciados.

Na capital sueca, João Paulo II visitou a Catedral de Santo Henrique, presidiu à Santa Missa no Estádio “Globo” e saudou os representantes das obras assistenciais alemãs em Estocolmo.

Em Upsala, participou de um Encontro Ecumênico na Catedral Luterana, encontrou os universitários na Sala Magna da Universidade de Upsala. Esteve ainda na Igreja de São Lourenco onde encontrou as Superioras Maiores e celebrou a Santa Missa ao lado da antiga igreja luterana.

Como encerramento da peregrinação na Escandinávia, celebrou a Santa Missa no Castelo de Vadstena. A despedida de São João Paulo II da Suécia aconteceu em 10 de junho de 1989, no aeroporto de Linköping.

Visita da Rainha

Em 27 de abril do ano passado, o Papa recebeu em audiência a Rainha Silvia da Suécia. Contudo, à época, não se falou de nenhum convite oficial por parte da monarca.

No encontro, a Rainha conversou principalmente em espanhol com o Papa, já que durante a sua juventude havia trabalhado na embaixada da Alemanha em Buenos Aires. Alemã de nascimento, a mãe da Rainha Silvia era brasileira de São Paulo. (RB)

 

 

(from Vatican Radio)

Papa Francisco: sacerdotes sejam simples e misericordiosos

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco reforçou, nesta segunda-feira (25/01), a necessidade de sacerdotes buscarem um diálogo constante com a Palavra de Deus e fez uma advertência àqueles que se contentam com uma vida “normal”. Em seu discurso à comunidade do Pontifício Seminário Lombardo de Roma, o Santo Padre também lembrou da importância do contato e da aproximação como bispo na atividade sacerdotal diocesana.

Para Francisco, o sacerdote que escolhe o caminho da normalidade se tornará um “sacerdote medíocre, ou pior”. “Então, este sacerdote começa a se contentar com um pouco da atenção recebida, julga o ministério com base em suas realizações e se contenta em buscar aquilo que lhe agrada, tornando-se morno e sem nenhum interesse real pelos outros”, destacou.

Contato com o bispo

Em relação à comunhão com o bispo diocesano, o Papa lembrou que a característica do sacerdote diocesano é “precisamente a 'diocesaneidade', e a 'diocesaneidade' tem a sua pedra angular na relação frequente com o bispo, no diálogo e no discernimento com ele”.

“Um sacerdote que não tem um relacionamento assíduo com o seu bispo – relatou o pontífice – lentamente se isola do corpo diocesano e a sua fecundidade diminui, principalmente porque não exercita o diálogo com o Pai da Diocese.”

Olhar para com os pobres

O Papa recordou o modelo de vida de São Carlos Borromeu que, de acordo com ele, como Servo de Deus se preocupava principalmente com os pobres. "Mas – é sempre bom lembrar – só pode proclamar as palavras de vida apenas quem faz da própria vida um diálogo constante com a Palavra de Deus, ou melhor, com Deus que nos fala.”

O Pontífice pontuou ainda que “não convém uma formação segregada” e que “a oração, a cultura e o trabalho pastoral são pedras fundamentais de um único edifício”. Ao concluir, o Papa refletiu sobre a importância da união porque “os sacerdotes de hoje e de amanhã são homens espirituais e pastores misericordiosos, interiormente unificados pelo amor do Senhor e capacitados a difundir a alegria do Evangelho na simplicidade da vida”.

“ A evangelização, hoje, - disse o Papa Francisco - necessita voltar ao caminho da simplicidade. Simplicidade de vida, a fim de evitar todas as formas de duplicidade e mundanismo, o que é suficiente para a comunhão verdadeira com o Senhor e com os outros; simplicidade da linguagem: nem pregadores de doutrinas complexas, mas anunciadores de Cristo, morto e ressuscitado por nós.” (PS)

(from Vatican Radio)

O Papa Francisco concluiu na basílica ostiense o oitavário de oração com um apelo ao perdão e à conversão - A única porta é Cristo

2016-01-26 L’Osservatore Romano


«A única porta que nos conduz à salvação é Jesus Cristo nosso Senhor, o rosto misericordioso do Pai»: atravessando a porta santa da basílica de São Paulo fora dos Muros juntamente com o metropolita Gennadios, representante do Patriarcado ecuménico, e com o arcebispo David Moxon, representante pessoal em Roma do Primaz da comunhão anglicana, o Papa Francisco concluiu com um gesto altamente simbólico a semana de oração pela unidade dos cristãos no ano jubilar extraordinário. Um gesto que se acrescenta aos igualmente significativos da oração realizada juntos diante do túmulo de são Paulo e à bênção conclusiva concedida aos presentes – a seu convite – também pelos dois delegados ecuménicos. Tudo isto no dia seguinte ao anúncio da próxima viagem à Suécia para participar a 31 de Outubro na comemoração conjunta com os luteranos do quinto centenário da reforma protestante.

Como já é tradição, na tarde de segunda-feira 25 de Janeiro o Pontífice foi à basílica ostiense para celebrar as segundas vésperas da solenidade da conversão do apóstolo das nações, na conclusão da quadragésima nona edição do oitavário ecuménico. Na homilia Francisco frisou que «neste ano jubilar» é necessário ter «bem presente que não pode haver busca autêntica da unidade dos cristãos sem uma plena entrega à misericórdia do Pai». Daqui o convite a pedir «em primeiro lugar perdão pelo pecado das nossas divisões, que são uma ferida aberta no corpo de Cristo. Portanto, o Papa invocou «a misericórdia e o perdão para os comportamentos não evangélicos por parte dos católicos em relação aos cristãos de outras Igrejas». E, ao mesmo tempo, exortou «todos os católicos a perdoar se, hoje e no passado, sofreram ofensas por causa de outros cristãos. Não podemos cancelar o que aconteceu, mas não queremos permitir que o peso das culpas passadas continue a afectar as nossa relações». Aliás, garantiu, «a misericórdia de Deus renovará as nossas relações».

Papa: antes de tudo, peçamos perdão pelo pecado de nossas divisões

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco celebrou no final da tarde desta segunda-feira, 25, na Basílica São Paulo fora-dos-muros, as Segundas Vésperas pela Solenidade da Conversão de São Paulo. A celebração concluiu a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

Eis a íntegra da homilia do Papa:

“De fato eu sou o menor dos apóstolos e não mereço ser chamado apóstolo, pois persegui a Igreja de Deus. Mas aquilo que eu sou, eu devo à graça de Deus; e sua graça dada a mim não foi estéril” (1 Cor 9, 1). O apóstolo Paulo assim resume o significado da sua conversão. Ela, ocorrida após o fulgurante encontro com Jesus Ressuscitado, na estrada de Jerusalém a Damasco, não é antes de tudo uma mudança moral, mas sim uma experiência transformadora da graça da Cristo, e ao mesmo tempo o chamado a uma nova missão, a de anunciar a todos, aquele Jesus que antes persegui, perseguindo seus discípulos. Neste momento, de fato, Paulo compreende que entre o Cristo vivo na eternidade e os seus seguidores, existe uma união real e transcendente: Jesus vive e está presente neles e eles vivem nele. A vocação a ser apóstolo se funda não nos méritos humanos de Paulo, que se considera “menor” e “indigno”, mas na bondade infinita de Deus, que o escolheu e confiou a ele o ministério.

Uma compreensão semelhante do que ocorreu no caminho de Damasco é testemunhada por Paulo também na Primeira Carta a Timóteo: “Agradeço àquele que me deu força, a Jesus Cristo nosso Senhor, que me considerou digno de confiança, tomando-me para o seu serviço, apesar de eu ter sido um blasfemo, perseguidor e insolente. Mas eu obtive misericórdia porque eu agia sem saber, longe da fé. Sim, ele me concedeu com maior abundância a sua graça, junto com a fé e o amor que estão em Jesus Cristo” (1,12-14). A superabundante misericórdia de Deus é a razão única sobre a qual se funda o ministério de Paulo e é ao mesmo tempo o que Paulo deve anunciar a todos.

A experiência de São Paulo é semelhante à das comunidades às quais o apóstolo Pedro dirige a sua Primeira carta. São Pedro se dirige aos membros de comunidades pequenas e frágeis, expostas à ameaça das perseguições, e aplica a elas os títulos gloriosos atribuídos ao povo santo de Deus: “raça eleita, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido por Deus”. Para aqueles primeiros cristãos, como hoje para todos nós batizados, é motivo de conforto e de constante estupor saber que fomos escolhidos para fazer parte do plano de salvação de Deus, realizado em Jesus Cristo e na Igreja. “Por que, Senhor, justamente eu?; por que precisamente nós? “. Atingimos aqui o mistério da misericórdia e da escolha de Deus: o Pai ama todos e quer salvar a todos, e por isto chama alguns, “conquistando-os” com a sua graça, para que através deles o seu amor possa chegar a todos. A missão de todo o povo de Deus é a de anunciar as obras maravilhosas do Senhor, a primeira entre todas o Mistério Pascal de Cristo, por meio do qual passamos das trevas do pecado e da morte ao esplendor da sua vida, nova e eterna.

À luz da Palavra de Deus que ouvimos, e que nos guiou durante esta Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, podemos realmente dizer que todos nós que acreditamos em Cristo somos “chamados a proclamar as obras maravilhosas de Deus” (cfr 1 Pt 2,9). Acima das diferenças que ainda nos separam, reconhecemos com alegria que na origem da vida cristã existe sempre um chamado cujo autor é o próprio Deus. Podemos progredir no caminho da plena comunhão visível entre os cristãos, não somente quando nos aproximamos uns dos outros, mas sobretudo na medida em que nos convertemos ao Senhor, que por sua graça nos escolhe e nos chama a sermos seus discípulos. E converter-se significa deixar que o Senhor viva e aja em nós. Por este motivo, quando juntos os cristãos de diversas Igrejas escutam a Palavra de Deus e procuram colocá-la em prática, dão realmente passos importantes em direção à unidade. E não é somente o chamado que nos une; nos une também a mesma missão: anunciar a todos as obras maravilhosas de Deus. Como São Paulo, e como os fieis a quem escreve São Pedro, também nós não podemos que não anunciar o amor misericordioso que nos conquistou e transformou. Enquanto estamos a caminho, em direção à plena comunhão entre nós, podemos já desenvolver múltiplas formas de colaboração para favorecer a difusão do Evangelho. E caminhando e trabalhando juntos, percebemos que já estamos unidos no nome do Senhor.

Neste Ano Jubilar Extraordinário da Misericórdia, tenhamos bem presente que não pode existir uma autêntica busca da unidade dos cristão, sem uma plena entrega à misericórdia de Deus. Peçamos, antes de tudo, perdão pelo pecado das nossas divisões, que são uma ferida aberta no Corpo de Cristo. Como Bispo de Roma e Pastor da Igreja Católica, quero invocar misericórdia e perdão pelos comportamentos não evangélicos tidos por parte dos católicos em relação aos cristãos de outras Igrejas. Ao mesmo tempo, convido todos os irmãos e as irmãs católicos a perdoar se, hoje ou no passado, sofreram ofensas de outros cristãos. Não podemos apagar aquilo que aconteceu, mas não queremos permitir que o peso das culpas passadas continuem a macular nossas relações. A misericórdia de Deus renovará as nossas relações.

Neste clima de intensa oração, saúdo fraternalmente Sua Eminência o Metropolita Gennadios, representante do Patriarcado Ecumênico, Sua Graça David Moxon, representante pessoal em Roma do Arcebispo de Cantuária, e todos os representantes das diversas Igrejas e Comunidades eclesiais de Roma, aqui reunidos nesta tarde. Com eles passamos através da Porta Santa desta Basílica, para recordar que a única porta que nos conduz à salvação é Jesus Cristo nosso Senhor, o rosto misericordioso do Pai. Dirijo uma cordial saudação também aos jovens ortodoxos e ortodoxos orientais que estudam aqui em Roma com o apoio do Comitê  de Colaboração Cultural com as Igrejas Ortodoxas, que atua junto ao Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, assim como aos estudantes do Ecumenical Institute of Bossey, em visita aqui em Roma para aprofundar o seus conhecimento sobre a Igreja Católica.

Queridos irmãos e irmãs, unamo-nos à oração que Jesus Cristo dirigiu ao Pai: “Que sejam um (...) para que o mundo creia” (João 17,21). A unidade é dom da misericórdia de Deus Pai. Aqui, diante do túmulo de São Paulo, apóstolo e mártir, guardado nesta esplêndida Basílica, sentimos que o nosso humilde pedido é apoiado pela intercessão da multidão dos mártires cristãos de ontem e de hoje. Eles responderam com generosidade ao chamado do Senhor, deram um fiel testemunho, com a sua vida, das obras maravilhosas que Deus realizou em nós, e já experimentam a plena comunhão na presença de Deus Pai. Apoiados pelo seu exemplo e confortados pela sua intercessão, dirijamos a Deus a nossa humilde oração". 

(Tradução livre do Programa Brasileiro)

(from Vatican Radio)

Em celebração ecumênica, Papa diz que misericórdia de Deus renovará relações dos cristãos

Cidade do Vaticano (RV) - “Não pode existir autêntica busca da unidade dos cristãos sem um confiar-se plenamente na misericórdia do Pai.” Foi o que disse o Papa Francisco na tarde desta segunda-feira (25/01), nas segundas Vésperas, celebradas na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, na festa da Conversão de São Paulo.



Como se dá habitualmente nesta ocasião, sendo uma celebração ecumênica, as Segundas Vésperas tiveram a participação de representantes de diferentes confissões cristãs, entre os quais, representante do Patriarcado ecumênico de Constantinopla, representante em Roma do Primaz da Comunhão Anglicana, e os representantes das várias Igrejas e Comunidades eclesiais de Roma. Todos, com Francisco, passaram pela Porta Santa do Jubileu extraordinário da Misericórdia.

Após referir-se ao Ano jubilar da Misericórdia, e dirigindo-se aos representantes de outras Igrejas cristãs, o Papa disse: “Peçamos perdão pelo pecado das nossas divisões, que são uma ferida aberta no Corpo de Cristo”, exortou Francisco acrescentando:

“Como Bispo de Roma e Pastor da Igreja Católica, quero invocar  misericórdia e perdão pelos comportamentos não-evangélicos da parte de católicos em relação a cristãos de outras Igrejas. Ao mesmo tempo, convido todos os irmãos e irmãs católicos a perdoar se, hoje ou no passado, sofreram ofensas de outros cristãos.”

Com realismo e esperança, o Santo Padre acrescentou: “Não podemos eliminar o que houve, mas não queremos permitir que o peso das culpas passadas continue manchando as nossas relações. A misericórdia de Deus renovará as nossas relações”.

O Pontífice havia iniciado a homilia partindo do significado e alcance da conversão de São Paulo. Conversão essa que, em primeiro lugar – observou – “é uma experiência transformadora da graça de Cristo, e, ao mesmo tempo, o chamado a uma nova missão”.

Referindo-se ao chamado que o Senhor fez ao Apóstolo dos Gentios, disse que “a vocação a ser apóstolo se funda não nos méritos humanos de Paulo”, mas “na bondade infinita de Deus, que o escolheu e confiou-lhe o ministério”.

“A superabundante misericórdia de Deus é a razão única sobre a qual se funda o ministério de Paulo, e é, ao mesmo tempo, aquilo que o Apóstolo deve anunciar a todos”, frisou.

Na liturgia que encerrou a Semana de Oração pela Unidade dos Cristão – semana esta celebrada no hemisfério norte –, o Papa ressaltou que o Pai ama a todos e quer salvar a todos, e para isso chama alguns, “conquistando-os” com a sua graça, a fim de que através destes o seu amor possa chegar a todos.

“A missão de todo o povo de Deus é de anunciar as obras maravilhosas do Senhor, em primeiro lugar, o Mistério pascal de Cristo, por meio do qual passamos das trevas do pecado e da morte para o esplendor da sua vida, nova e eterna.”

Dirigindo-se aos fiéis de todas as confissões cristãs, ali representados, Francisco disse que realmente podemos dizer que todos nós fiéis em Cristo somos “chamados a anunciar as obras maravilhosas de Deus”.

“Para além das diferenças que ainda nos separam – disse –, reconhecemos com alegria que na origem da vida cristã há sempre um chamado cujo autor é Deus mesmo. Podemos progredir no caminho da plena comunhão visível entre os cristãos não somente quando nos aproximamos uns dos outros, mas, sobretudo, na medida em que nos convertemos  ao Senhor, que por sua graça nos escolhe e nos chama a ser seus discípulos. E converter-se significa deixar que o Senhor viva e opere em nós.”

“Quando juntos os cristãos de diferentes Igrejas ouvem a Palavra de Deus e buscam colocá-la em prática, dão passos importantes rumo à unidade. E não é somente o chamado que nos une; somos unidos também pela mesma missão: anunciar a todos as obras maravilhosas de Deus.”

Enquanto estamos caminhando rumo à plena comunhão entre nós, já podemos desenvolver múltiplas formas de colaboração, de caminhar juntos e colaborar para favorecer a difusão do Evangelho. “E caminhando e trabalhando juntos, nos damos conta de que já estamos unidos no nome do Senhor. A unidade se faz caminhando”, afirmou o Papa Francisco.

Recordando que a unidade é dom da misericórdia de Deus Pai, o Papa concluiu convidando todos nós, cristãos, a  unirmo-nos hoje à oração que Jesus dirigiu ao Pai: “Sejamos uma só coisa (...) para que o mundo creia” (Jo 17.21).

(RL)


(from Vatican Radio)

Audiência: Deus jamais desvia o olhar da dor humana

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco se reuniu com milhares de fiéis na Praça S. Pedro, para a Audiência Geral desta quarta-feira (27/01).

Após saudar os peregrinos a bordo do papamóvel, o Pontífice fez a sua catequese dando sequência ao ciclo sobre a misericórdia. Desta vez, comentando o trecho bíblico do Êxodo (2,23-25), em que Deus ouve o gemido dos filhos de Israel e faz a aliança.


Deus jamais desvia o olhar da dor humana

Na Sagrada Escritura, explicou, a misericórdia de Deus está presente ao longo de toda a história do povo de Israel, sobretudo quando está para sucumbir.

A misericórdia não pode permanecer indiferente diante do sofrimento dos oprimidos, do gemido de quem está submetido à violência, reduzido em escravidão, condenado à morte. È uma realidade dolorosa que aflige todas as épocas, inclusive a nossa, e que nos faz sentir com frequência impotentes. Deus, ao invés, não é indiferente, jamais desvia o olhar da dor humana. Deus ouve e intervém para salvar, suscitando homens capazes de ouvir o gemido do sofrimento e atuar em favor dos oprimidos.

Como mediador de libertação para o seu povo, envia Moisés, que vai ter com o Faraó para o convencer a deixar partir Israel e depois guia-o no caminho para a liberdade. Moisés, quando era menino, fora salvo das águas do rio Nilo pela misericórdia divina; e agora é feito mediador daquela mesma misericórdia a favor do seu povo, permitindo-lhe nascer para a liberdade salvo das águas do Mar Vermelho.

Obras de misericórdia são o oposto das obras de morte

“E também nós, neste Ano da Misericórdia, podemos fazer este trabalho de ser mediadores de misericórdia com as obras de misericordia para aproximar, aliviar, fazer unidade. A misericórdia de Deus atua sempre para salvar. É tudo o contrário da obra daqueles que atuam sempre para matar: por exemplo, os que fazem as guerras”, disse o Papa.

Através do seu servo Moisés, prosseguiu, o Senhor guia Israel no deserto como se fosse um filho, educa-o na fé e faz aliança com ele criando um vínculo fortíssimo de amor, uma relação semelhante à que existe entre pai e filho e entre marido e esposa. É uma relação particular, exclusiva, privilegiada de amor, fazendo dos israelitas "um reino de sacerdotes e uma nação santa".

“Até que ponto chega a misericórdia divina!”, disse Francisco. "Pois bem, é isto mesmo que nós próprios nos tornamos para Deus, deixando-nos salvar por Ele e acolhendo a sua aliança. A misericórdia divina torna o homem precioso, como um tesouro pessoal que pertence ao Senhor, que Ele guarda e no qual Se compraz."

Estas são as maravilhas da misericórdia divina, que chega à sua plena realização em Jesus, naquela “nova e eterna aliança” consumada no seu sangue, que nos torna joias preciosas nas mãos do Pai bom e misericordioso.

“E se nós somos filhos de Deus e temos a possibilidade desta herança de bondade e de misericórdia em relação aos outros, peçamos ao Senhor que neste Ano da Misericórdia também nós abramos o nosso coração para chegar a todos com as obras de misericordia”, concluiu.

Circo na Praça

Depois da catequese, o papa saudou os grupos presentes na Praça. Do Brasil, saudou de modo especial os fiéis de Brasília e São José dos Campos. Houve uma apresentação circense e Francisco mencionou ainda uma iniciativa do Pontifício Conselho Cor Unum por ocasião do Ano Jubilar. Trata-se de uma jornada de retiro espiritual para pessoas e grupos engajados no serviço da caridade. O retiro será realizado em nível local, nas dioceses, durante a próxima Quaresma – uma ocasião, disse o Papa convidando todos à participação – "para refletir sobre o chamado a ser misericordiosos como o Pai".

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Jubileu: “Hospitalidade misericordiosa” para peregrinos indigentes

Jubileu: “Hospitalidade misericordiosa” para peregrinos indigentes

Acolher gratuitamente durante o Ano Santo, aqueles que “querem viver a peregrinação jubilar ou um período de serenidade e de paz, mas que devido a problemas, dificuldades ou fragilidades, não têm possibilidades econômicas”. É o projeto “Hospitalidade misericordiosa”, promovido pelo site italiano www.ospitalitareligiosa.it no Jubileu da Misericórdia.

Comunidades que dão assistência em situações difíceis

O site traz uma lista das estruturas que aderem à iniciativa, o tipo de acomodação à disposição, o tratamento (só noite, meia pensão, etc.) e todas as características da localização, além da ficha completa da estrutura, que já está publicada.

As pessoas beneficiadas pela iniciativa misericordiosa (famílias, casais e pessoas sós) serão identificadas pelas paróquias, que deverão contatar as estruturas para a disponibilidade e serão garantes da real situação destas pessoas. Assim, serão envolvidas as comunidades que assistem, no território, as situações mais delicadas, e que podem avaliá-las. Cerca de cinquenta estruturas em 14 regiões italianas já deram a sua adesão, o que perfaz um total de 27 mil noites gratuitas durante o Ano Santo.

(CM)

(from Vatican Radio)

Especial Ano da Misericórdia: 1ª Reflexão do Cardeal Tempesta - O Jubileu

Especial Ano da Misericórdia: 1ª Reflexão do Cardeal Tempesta - O Jubileu

O Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, preparou uma série de reflexões especiais sobre o Jubileu da Misericórdia. Neste primeiro vídeo, Dom Orani apresenta este ano extraordinário convocado pelo Papa Francisco.

Assista


Abaixo, a íntegra do texto:

Jubileu da Misericórdia

           O Papa Francisco decidiu proclamar um “jubileu extraordinário”, com início no dia 8 de dezembro, centrado na misericórdia de Deus. “Será um Ano Santo da Misericórdia. Queremos vivê-lo à luz da palavra do Senhor: ‘Sede misericordiosos como o Pai’, e isto especialmente para os confessores”, disse na homilia da celebração penitencial a que presidiu na Basílica de São Pedro, na abertura da iniciativa “24 horas para o Senhor”.

          O Santo Padre explicou que a iniciativa nasceu da sua intenção de tornar “mais evidente” a missão da Igreja de ser “testemunha da misericórdia”. O Papa defendeu que “ninguém pode ser excluído da misericórdia de Deus”, e que a Igreja “é a casa que acolhe todos e não recusa ninguém”. “As suas portas estão escancaradas para que todos os que são tocados pela graça possam encontrar a certeza do perdão. Quanto maior é o pecado, maior deve ser o amor que a Igreja manifesta aos que se convertem”.

          Francisco destacou na sua homilia, no encontro penitencial, a importância de viver a misericórdia de Deus, através do sacramento da Reconciliação, como “sinal da bondade do Senhor” e do “abraço” de Jesus. “Ser tocados com ternura pela sua mão e plasmados pela sua graça permite que nos aproximemos do sacerdote sem medo por causa das nossas culpas, mas com a certeza de ser acolhidos por ele em nome de Deus”. O Papa sublinhou que o julgamento de Deus é o da “misericórdia”, numa atitude de amor que “vai para lá da justiça”, e desafiou os fiéis a não ficar pela “superfície das coisas”, sobretudo quando está em causa uma pessoa.

          O tema da misericórdia está muito presente no atual pontificado e que já como bispo Jorge Mario Bergoglio tinha escolhido como lema “miserando atque eligendo”, uma citação das homilias de São Beda, o Venerável, que, comentando o episódio evangélico da vocação de São Mateus, escreve: "vidit ergo Iesus publicanum et quia miserando atque eligendo vidit, ait illi Sequere me" (Viu Jesus um publicano, e como olhou para ele com um sentimento de amor e lhe disse: Segue-me). Esta homilia é uma homenagem à misericórdia divina. Uma tradução do lema poderia ser: “Com misericórdia olhou para ele e o escolheu”.

          No primeiro Ângelus após a sua eleição, há dois anos, o Santo Padre dizia que: “Ao escutar misericórdia, esta palavra muda tudo. É o melhor que podemos escutar: muda o mundo. Um pouco de misericórdia faz o mundo menos frio e mais justo. Precisamos compreender bem esta misericórdia de Deus, este Pai misericordioso que tem tanta paciência" (Ângelus, 17 de março de 2013).

          Em 17 de novembro de 2013, o Papa surpreendeu dezenas de milhares de pessoas reunidas no Vaticano com a sugestão de um “medicamento espiritual” para as suas vidas, distribuindo numa caixa própria, a “Misericórdina”.

          Também este ano, no Ângelus de 11 de janeiro, disse: "Estamos vivendo no tempo da misericórdia. Este é o tempo da misericórdia. Há tanta necessidade hoje de misericórdia, e é importante que os fiéis leigos a vivam e a levem aos diversos ambientes sociais. Adiante!". Já na sua mensagem para esta Quaresma de 2015, o Papa Francisco deixou votos de que as paróquias e comunidades católicas se tornem “ilhas de misericórdia no meio do mar da indiferença". Aliás, este será o tema principal de sua mensagem para o 49º Dia Mundial da Paz.

          No Jubileu, as leituras para os Domingos do Tempo Comum serão extraídas do Evangelho de Lucas, chamado “o evangelista da misericórdia". Dante Alighieri o definia "scriba mansuetudinis Christi", "narrador da mansidão de Cristo". Algumas das parábolas mais conhecidas escritas por ele são as da ovelha perdida, a da moeda perdida e a do pai misericordioso.

          A Igreja Católica iniciou a tradição do Ano Santo com o Papa Bonifácio VIII em 1300. Ele planejou um jubileu por século. A partir de 1475, para possibilitar que cada geração vivesse pelo menos um Ano Santo, o jubileu ordinário passou a acontecer a cada 25 anos. Um jubileu extraordinário pode ser realizado em ocasião de um acontecimento de particular importância.

          Até hoje, foram 26 anos santos ordinários. O último foi o jubileu de 2000. Quanto aos jubileus extraordinários, o último foi o de 1983, convocado por João Paulo II pelos 1.950 anos da Redenção.

          Este Ano Santo iniciou-se na Solenidade da Imaculada Conceição e será concluído no dia 20 de novembro de 2016. A abertura do Jubileu coincidiu com o cinquentenário do encerramento do Concílio Ecuménico Vaticano II, que ocorreu em 1965 e, por isso, reveste este Ano Santo de um significado especial, encorajando a Igreja a prosseguir a obra iniciada no Concílio.

Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

(from Vatican Radio)

Missa do Papa em Chiapas: liturgia em línguas locais

Missa do Papa em Chiapas: liturgia em línguas locais

O Evangelho, a oração dos fiéis e o Pai Nosso da missa que o Papa presidirá em San Cristobal de las Casas, no México, serão pronunciados nas principais línguas da região. Foi o que adiantou o bispo local, Dom Felipe Arizmendi Esquivel, em coletiva aos jornalistas. No dia 15 de fevereiro, o Papa visitará a região e celebrará a Santa Missa na sede do Centro Municipal de Esportes da segunda cidade mais importante do estado de Chiapas.

O Papa seguirá o missal comum das regiões indígenas

A primeira leitura será na língua ch'ol, o salmo em tzoltsil e o Evangelho em tzeltal, enquanto a oração dos fiéis será feita por representantes indígenas, que em prece comunitária, usarão suas línguas e culturas para “dirigir-se a Deus com as palavras que cada um terá no coração”. Na parte central da Missa, participarão os dois bispos da diocese: Dom Arizmendi, que falará em tzoltsil e Dom Enrique Dìaz, que usará a língua tzeltal. Já o Pai Nosso será entoado em tzotsil. Após a comunhão, está prevista uma dança ritual de ação de graças e louvor. E o canto de boas-vindas será interpretado pelo Coral de Acteal, integrado por índios da região tzotsil enquanto os cantos Kyrie eleison, Sanctus e Agnus dei serão executados em tzeltal pelo grupo “Mariachi Monumental”, formado por cerca de 400 músicos e cantores.

Francisco vai cumprimentar nas línguas usadas em Chiapas

Dom Arizmendi antecipou ainda que o Santo Padre deverá falar nas duas línguas mais comuns na região e em nàhualt, idioma muito usado nas regiões centrais, de onde virá um grande grupo. Segundo o bispo de San Cristobal de las Casas, a celebração religiosa, com estas características, já foi aprovada pela Santa Sé e o missal será traduzido em espanhol, para que todos possam participar da liturgia. “Não são coisas novas ou inventadas para mostrar ao Papa, e sim ritos comuns, que já existem nesta região”, especificou o bispo, descrevendo a celebração. “Não será um evento folclórico”, reafirmou o bispo Arizmendi no encerramento da coletiva.

O programa do Papa em Chiapas

O programa oficial prevê a chegada do Papa a San Cristóbal de Las Casas de manhã, para a Santa Missa com as comunidades indígenas de Chiapas no Centro esportivo. Depois do almoço com representantes indígenas e com a delegação papal, fará uma visita à Catedral de San Cristóbal. No estádio “Víctor Manuel Reyna” de Tuxtla Gutiérrez , capital da região, está agendado um encontro com as famílias. À noite, Francisco retorna à Cidade do México.

(CM)

(from Vatican Radio)

Francisco: obras de misericórdia são o coração da nossa fé

Francisco: obras de misericórdia são o coração da nossa fé

As obras de misericórdia são o coração da nossa fé em Deus. Foi o que afirmou o Papa Francisco na missa da manhã desta quinta-feira (07) na Casa Santa Marta, a primeira após a pausa de Natal. Refletindo sobre a primeira Leitura, tirada da primeira Carta de São João Apóstolo, o Papa adverte que devemos nos proteger da mundanidade e daqueles espíritos que nos distanciam de Deus que se fez carne por nós.

“Permanecer em Deus”.

O Papa Francisco desenvolveu a sua homilia, movendo-se a partir desta afirmação de São João Apóstolo na primeira leitura. “Permanecer em Deus - retomou - é um pouco o respiro da vida cristã, e o estilo”. Um cristão, disse ainda, “é aquele que permanece em Deus”, que “tem o Espírito Santo e se deixa guiar por Ele”. Ao mesmo tempo, lembrou Francisco, o Apóstolo adverte sobre professar a “fé a todo espírito”. Devemos, portanto, colocar à "prova os espíritos, testar se eles são realmente de Deus. E essa é a regra cotidiana de vida que nos ensina que João”.

Mas o que isso significa “testar os espíritos”. Não se trata de “fantasmas”, fez questão de frisar o Papa: trata-se de “provar”, ver “o que acontece em meu coração”, qual é a raiz "do que eu estou sentindo agora, de onde vem? Isso é testar para provar”: se o que eu sinto vem de Deus” ou vem do outro, “do anticristo”.

Discernir bem o que está acontecendo em nossa alma

A mundanidade, continuou, é precisamente “o espírito que nos afasta do Espírito de Deus que nos faz permanecer no Senhor”. Qual é então o critério para fazer um bom discernimento do que está acontecendo em minha alma”?, se pergunta o Papa. O Apóstolo João dá apenas um: “todo espírito que reconhece Jesus Cristo feito carne é de Deus; e todo espírito que não reconhece Jesus não é de Deus”:

“O critério é a Encarnação. Eu posso sentir tantas coisas dentro de mim, até mesmo coisas boas, boas ideias. Mas se essas boas ideias, esses sentimentos não me levam a Deus que se fez carne, não me levam ao próximo, ao irmão, não são de Deus. Por esta razão, João começa esta passagem de sua carta dizendo: ‘Este é o mandamento de Deus: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo e nos amemos uns aos outros’”.

As obras de misericórdia são o coração da nossa fé

Podemos fazer “muitos planos pastorais”, acrescentou, imaginar novos “métodos para chegar mais perto das pessoas”, mas “se não fizermos o caminho de Deus encarnado, do Filho de Deus que se fez homem para caminhar conosco, nós não estaremos na estrada do bom espírito: é o anticristo, é a mundanidade, é o espírito do mundo”:

“Quanta gente encontramos, na vida, que parece espiritual: ‘Mas que pessoa espiritual!, pensamos. Mas nem se fala de obras de misericórdia. Por que? Porque as obras de misericórdia são exatamente o concreto de nossa confissão que o Filho de Deus se fez carne: visitar os doentes, dar comida a quem não tem alimento, cuidar dos ‘descartados’... Obras de misericórdia.. por que? Porque cada nosso irmão, que devemos amar, é carne de Cristo. Deus se fez carne para se identificar conosco. E aquele que sofre... é Cristo que sofre”.

Se o espírito vem de Deus me conduz ao serviço aos outros

“Não professem fé a todo espírito, sejam atentos! – reiterou o Papa – ponham à prova os espíritos para testar se realmente provêm de Deus”. E sublinhou que “o serviço ao próximo, ao irmão e à irmã que precisam”, “precisa também de um conselho, que precisa de meus ouvidos para ser escutado”. Estes são “os sinais de que vamos no caminho do bom espírito, ou seja, no caminho do Verbo de Deus que se fez carne”.

“Peçamos ao Senhor, hoje, a graça de conhecer bem o que acontece em nosso coração, aquilo de que gostamos de fazer, o que nos toca mais: se é o espírito de Deus, que me conduz ao serviço aos outros, ou o espírito do mundo, que gira ao meu redor, dos meus fechamentos, dos meus egoísmos e de tantas outras coisas... Peçamos a graça de conhecer o que acontece em meu coração”.

(SP/CM)

(from Vatican Radio)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Papa venera o ícone mariano da "Salus Populi Romani"

Papa venera o ícone mariano da "Salus Populi Romani"

O Papa Francisco esteve, na tarde desta sexta-feira, na Basílica de Santa Maria Maior, centro de Roma, onde abriu a quinta Porta Santa do Ano Santo da Misericórdia.

Após a celebração Eucarística, o Santo Padre se dirigiu à Capela mariana onde se encontra o ícone de Nossa Senhora “Salus Populi Romani” (“Salvação do Povo Romano”). Abriu o portãozinho de bronze, com o mesmo gesto como se abre uma Porta Santa; entrou e se deteve em oração silenciosa, por alguns momentos, diante da imagem de Maria. A seguir, depôs aos seus pés um ramalhete de flores e a incensou, como sinal de veneração.

Desde o início do seu Pontificado, Francisco esteve trinta vezes na Basílica mariana de Santa Maria Maior. A maioria das vezes para pedir a sua proteção por ocasião das suas Viagens Apostólicas.

Por fim, o Bispo de Roma deixou a Basílica de Santa Maria Maior e, na sua saída, se deteve, brevemente, no patamar da Basílica, para cumprimentar os fiéis ali reunidos, dizendo textualmente:

«Boa noite! Esta é realmente uma bela noite diante da casa de Maria, nossa Mãe e Mãe de Deus. Ela é portadora da misericórdia de Deus, que é Jesus. Agradeçamos à nossa Mãe, agradeçamos à Mãe de Deus. Digamos, todos juntos, como os antigos fiéis da cidade de Éfeso: “Santa Mãe de Deus”! Repitamos todos juntos: Santa Mãe de Deus! Desejo-lhes um Feliz Ano Novo, repleto da misericórdia de Deus, que tudo perdoa... tudo! Abram seus corações a esta misericórdia! Escancarem o seu coração, para que haja júbilo e a alegria do perdão de Deus. Boa noite e rezem por mim. Feliz Ano Novo!».

A palavra “Salus Populi Romani” pode ser entendida também como “Protetora do Povo Romano”. Trata-se de um título dado no século XIX ao ícone bizantino da Virgem Maria com o Menino Jesus. Supõe-se que a imagem seja do início da era cristã. Historicamente, este é o ícone mariano mais importante da capital italiana. Ao longo dos séculos, ela foi coroada pelo Papa Pio XII, em 1954. Em 2003, São João Paulo II deu aos jovens uma cópia contemporânea deste antigo e sagrado ícone, como símbolo de fé, a ser levado pelo mundo, acompanhando da Cruz, nas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ).

Recordamos que esta foi a quinta Porta Santa que o Papa Francisco abriu, no início deste Ano Santo: a primeira a da Basílica de Bangui (29.11.15), quando da sua Viagem Apostólica à República Centro-africana; a segunda, da Basílica de São Pedro, no Vaticano (8.12.15), na inauguração do Ano da Misericórdia; a terceira, da Basílica de São João de Latrão, sede da diocese de Roma; e a quarta, da sede da Caritas de Roma (18.12.15) e, por fim, esta da Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. (MT)

(from Vatican Radio)